quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Malafaia: de dinheiro eu gosto, só não vou com a cara de vendilhões!



Por Marcelo Lemos

Se o querido leitor do portal Genizah possui algum treinamento em lógica, há de saber o que é a Técnica do Espantalho. Ainda assim, para o bem da minha tese, é bom que se dê alguma definição. Uma ilustração simples pode nos auxiliar.

Imagine um garoto que não sendo capaz de bater no Carlão da rua de cima, resolve criar um boneco, ao qual dá o nome do rival, e então, o surra até a 'morte'. Cheio de si, o fracote espalha para gregos e troianos o seu feito: - “derrubei o Carlão”! Mas há algo que ele esconde: o “Carlão” que ele venceu não é o verdadeiro, mas uma cópia barata feita por si próprio.

No campo da lógica esta é uma falácia muito comum, e algumas pessoas se valem dela por ignorância, outras, por má fé. Seja como for, continua sendo falácia. Técnica do Espantalho, como já devem estar suspeitando, é quando criamos uma falsa representação da ideia que desejamos refutar, e então, a 'refutamos'! Destruímos um boneco de palha! Não importa o quanto nosso boneco se pareça com o verdadeiro Carlão, destruímos apenas palha, uma falsificação.

É justamente esse tipo de falácia que o querido pastor Silas Malafaia, da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, tem usado e abusado em inúmeras pregações para tentar calar a voz daqueles que são contra a sua adesão a Teologia da Prosperidade. Como a maioria dos membros de nossas Igrejas carecem do mínimo treinamento em lógica, e em Teologia, acabam caindo na sua lábia.

Repare bem na fala de Malafaia na próxima vez que for ouvi-lo falar sobre o assunto. Ele começa falando sobre prosperidade, dá um jeito de encaixar o tema das “sementes” (para isso, - até onde vão minhas observações - reserva tempo especial, não tanto nas pregações, mas em seu programa televisivo). Então, subitamente, se dá conta da “loucura” de seus opositores, e alfineta: “Tem crente que fala mal do dinheiro. Eu queria saber se essa gente, que fala mal do dinheiro, não gosta de ter um bom carro, uma boa casa, um bom emprego, uma boa escola para os filhos, um bom plano de saúde,...”.

É natural que a plateia, iludida por sua oratória eficiente, caia no golpe, e passe a ver os opositores das “sementes” ou como sendo “loucos” (por não gostarem de dinheiro), ou “hipócritas” (gostam, mas falam mal!).

O problema, querido Pastor Silas, é que seus opositores não fazem nenhuma cruzada contra o dinheiro, mas sim, contra os vendilhões da fé, que anunciam “Sementes”, ou coisas do tipo, como meios para se barganhar o favor divino. Dinheiro e prosperidade, nunca foram os alvos das nossas críticas!

Já recebi algumas queixas por achar que Malafaia tem recebido acusações injustas, por se basearem apenas em boatos; mas, sua tentativa de esquivar-se de seu comprometimento com a Teologia da Prosperidade, e ridicularizar seus opositores, fundamenta-se sobre alicerces de areia. 

Talvez exista uma terceira alternativa, mas, para mim, neste assunto, ou Malafaia é um completo ignorante das leis da lógica, e neste caso faz uso da falácia do espantalho por burrice aguda; ou simplesmente o faz para manipular as cartas do jogo, neste caso faz uso da falácia por má-fé.

Se houver uma terceira conclusão, me avisem. Enquanto isso, deixo meu recado: “Presta atenção Malafaia: de dinheiro eu gosto, só não vou com a cara de vendilhões!”


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