“Então, o mesmo Daniel se distinguiu destes presidentes e sátrapas, porque nele havia um espírito excelente; e o rei pensava em estabelecê-lo sobre todo o reino”. Dn. 6:3.
Fico maravilhado todas as vezes que estudo a pessoa de Daniel. Enquanto meditava na sua biografia, chamou-me a atenção algumas expressões referentes ao seu caráter. Dentre elas duas se destacaram:
- Os súditos do rei reconheceram nele um homem de “espírito excelente” (5:12).
- Ele foi chamado pelo anjo Gabriel de “homem mui amado” (9:20-23).
Daniel conquistou a admiração dos três reis babilônios para quem trabalhou, de toda a corte e do próprio império onde governou. Se isso não bastasse, ainda atraiu o coração do próprio Deus.
Mas o que Daniel tinha que o fazia distinto? A expressão espírito excelente pode explicar. A palavra excelência deriva-se do latim exellentia, e refere-se a algo ou alguém de qualidade superior, de grandeza, elevação. Quais virtudes faziam de Daniel uma pessoa assim?
1. Inteligência: Daniel recebeu de Deus além da capacidade de decifrar sonhos e visões proféticas, o dom da percepção clara e fácil. Era alguém que tinha habilidade em lidar honestamente com circunstâncias desfavoráveis. Engenhoso e eficaz em tudo o que fazia, conquistou a fama que atribuía a Deus (Dn. 1:20, 2:20, 21; 5:12, 14).
2. Sabedoria. Ele não só possuía extensos conhecimentos, também se portava de maneira ética, guiado pela lei do seu Deus. Tanto que conquistou a afeição dos reis Nabucodonosor, Belsazar, Dario e Ciro. O seu comportamento ilustra a sabedoria do alto descrita em Tiago 3:13, 17: “Quem entre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras”. “A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura; depois, pacífica, indulgente, tratável, plena de misericórdia e de bons frutos, imparcial, sem fingimento”.
3. Prudência (Dn. 2:14). A postura de Daniel reflete a atitude que Jesus pediu para que seus discípulos desenvolvessem: “ser simples como as pombas e prudentes como as serpentes” (Mt. 10:16). Sua simplicidade e prudência fizeram com que gozasse o favor do rei (Pv. 14:35).
4. Humildade: “... não porque haja em mim mais sabedoria do que em todos os viventes” (2:30). A humildade era uma marca deste jovem. Quando interpretou o complexo sonho de Nabucodonosor, não se portou de maneira altiva, mas deixou claro que Deus queria deixar consciente ao rei as cogitações que inquietavam a sua mente. Daniel seria um bom discípulo de Jesus, pois assim como Ele demonstrava-se manso e humilde de coração (Mt. 11:29).
5. Reverência/temor (Dn. 10:11). Daniel tinha um zelo por Deus extraordinário. Ao receber
suas últimas revelações tremeu diante da presença de um anjo enviado pelo Senhor. O anjo o consolou e o fortaleceu, porque sabia que ali estava um homem a quem Deus amava. “... mas o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” (Is. 66:2).
Ainda poderíamos falar sobre os bons conselhos de Daniel (4:27), sua incorruptibilidade (5:16, 17), seu perfil de servo do Senhor (6:20), seu espírito investigativo (8:15; 9:2), sua vida consagrada (9:3).
Daniel, homem, profeta, exemplo de servo de Deus. Quero imitá-lo.
Pr. Alex Gadelha
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