O homem é “um ser de busca”. Isso significa que vive em uma contínua procura por algo ou alguém que preencha os recantos vazios da alma e que também sirva de motivação para a vida. Esse anseio que arde em nossos corações não é algo advindo apenas na fase adulta, pois desde a infância procuramos “nos espelhar” em alguém. Ainda meninos, aspiramos, conscientes ou não, por um modelo que imprima pensamentos, ações e valores que nos guiem a felicidade.
Os primeiros exemplos encontramos na família. O fato de o contato com os pais ser o mais intenso, contribui para que se tornem os primeiros objetos de imitação e desejo: “Quando crescer, quero ser igual a meu pai”. Só que no decorrer do entrosamento social, expandimos o círculo das relações, e conseqüentemente, conhecemos pessoas e modelos novos: admiramos professores, achamos “legais” alguns amigos da rua e colegas de escola, nos inspiramos em alguns líderes, etc.
Entretanto, durante o aprofundamento dos relacionamentos descobrimos que os heróis escolhidos não são capazes de satisfazerem plenamente nossas expectativas. Chegamos a conclusão que todos são tão decepcionantes quanto nós. E aí, partirmos para o transcendente, ou seja, para aquilo que é supra-humano e que entendemos ser capaz de suprir as carências do espírito e mostrar a direção para a fonte da vida plena. Nesse frenesi, alguns vão com muita sede e acabam mergulhando na primeira cisterna de “espiritualidade” que encontram. Quando percebem, estão todos sufocados na alienação e infelicidade. Outros, iludidos pela facilidade, pegam o atalho da religião e criam um “deus” que não é Deus, mas um reflexo de suas vontades. Assim, enganam e são enganados. Mas, então, onde posso encontrar o real e melhor sentido para minha vida? Qual o modelo mais seguro?
O inventor de algo é a pessoa mais apropriada para explicar como sua invenção deve funcionar. Em outras palavras, somente o Criador é capaz de mostrar-nos o Caminho ou a trilha que ao mesmo tempo nos confronta com a verdade e preenche os vazios. A busca pelo sentido da vida termina em Deus. Foi Ele mesmo Quem decidiu na Pessoa de Jesus Cristo mostrar-se ao homem e ensinar-lhe a Vereda que conduz a vida antes e depois da morte. NEle o homem se encontra, se compreende, pois a excelência do caráter de Jesus evidencia nossa debilidade e serve como modelo para ações e pensamentos.
Mas o que há de tão especial no caráter de Cristo? Vamos por partes. Primeiramente, leia a definição etimológica de caráter: “Caráter vem do verbo grego "Charásso" que significa entalhar, cunhar. A idéia de caráter é como nossa alma foi sendo "talhada" no passar do tempo, através de experiências e escolhas. Ela pode ter sido "bem talhada" (bom caráter) ou "mal talhada" (mau caráter)”. A psicologia o define como “o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo”. Sabendo disso, como podemos considerar o caráter de Cristo? Como sendo talhado por Deus e manifestado em hábitos plenamente virtuosos.
Se fossemos examinar cada elemento do caráter de Jesus, teríamos de escrever um livro ou expor todas as biografias neotestamentárias. Por isso, quero mencionar apenas um aspecto revelado na adoração: a Sua contínua submissão ao Pai. Ele mostrou que mais que um ritual, adorar a Deus é um estilo de vida, um sentimento de entrega e abnegação que deve acompanhar o homem em todas as situações (Jo. 5.19,30; 6.38; 12.50; 14.10, 31; 13; 17.4; Fp. 2 5-8; Hb. 5.8). Sua postura de servo mostrou que a submissão ao Pai, não deprecia ninguém, mas destaca o valor da humildade (Mt. 5:3).
Deus deseja que todos os homens creiam e imitem a Cristo. Buscar o Seu caráter é o caminho para um viver pleno de paz consigo, com o próximo e com Deus. Por isso, decida andar como Cristo andou (1Jo 2.6). Comece sendo submisso ao Pai. Jesus é o modelo.
Pr. Alex Gadelha